quarta-feira, 24 de junho de 2009

O Barista e o desenvolvimento da profissão no Brasil

Barista é o profissional responsável pelo café em uma cafeteria. Ele, dentre de várias funções, responde pelo preparo de cafés e bebidas com café, indo muito além de mera operação de uma máquina de café espresso.
Para chegar ao ponto de ser considerado barista, o profissional deve se qualificar e estudar a fundo todas as nuances do café, indo desde o plantio até servir a xícara para o cliente no balcão, porém passa por grandes entraves no Brasil, que vão desde a regulamentação de sua profissão, a qual parece estar em andamento, até o comprometimento de seu desenvolvimento (o qual é objeto do post de hoje) causado pela proibição de importação de grãos de café verdes (não torrados) por parte do governo.
Este ponto é bastante delicado, pois entra na questão de economia internacional, onde a política desenvolvida pelo governo é errada pelo fato de proibir a importação de uma matéria prima (grão de café verde) e permitir a entrada do café já torrado, blendado e demais produtos já verticalizados, o que acaba prejudicando o desenvolvimento da indústria do café de qualidade e principalmente a profissão do barista, como veremos a seguir.
Aqui, não entrarei na questão das razões do governo brasileiro na proibição da importação, por se tratar de assunto muito delicado e fugir um pouco dos assuntos tratados no Espaço do Café.
Esta política causa impactos no desenvolvimento de uma indústria forte de café a nível internacional, pois só podemos torrar e blendar apenas o café de origem nacional, o que nos restringe em questão de sabor e diferentes características, como vemos em diversos posts anteriores, como o Cafés do Mundo. Dentre as consequências pode-se listar a dificuldade na importação de máquinas, pois devido a sua capacidade de produção e alto investimento, o consumo de cafés de qualidade no Brasil ainda está em desenvolvimento, necessitando assim, da exportação do café, como fazem a Illy, Lavazza e Nespresso, porém a demanda de cafés exclusivamente brasileiros ainda é pequena devido à limitação de sabores devido à questões geográficas e climáticas (O Brasil não pode produzir um café com características do Blue Mountain, pois não está na Jamaica).
Outro ponto importante e de grande impacto é sobre o Barista brasileiro. Além de perder espaço para máquinas de cápsulas (já citadas anteriormente), pois proporcionam sensações e experiências de provar sabores vindos do mundo todo, ficam limitados à conhecer somente os nossos cafés, prejudicando muito nos campeonatos mundiais, pois os estrangeiros conhecem os nossos cafés melhor que nós mesmos, além do conhecimento de cafés provenientes de todas as regiões produtoras do mundo, com seu domínio na torra, blendagem, sabor, aroma etc.
Muito tem sido feito para melhorar a qualidade de nossos grãos e há investimentos já consolidados na diversificação de espécies de cafés, regiões produtoras, melhorias na torra e em outros aspectos químicos e até genéticos do café. Porém não adianta termos os melhores grãos se não desenvolvermos tecnologia, tivermos excelentes profissionais com domínio extenso sobre os cafés de todo o mundo, e principalmente verticalizar a produção cafeeira do país, indo muito além de um país produtor, o maior e melhor do mundo, mas sim um centro de excelência, sendo referência mundial em cafés e projetando o Brasil como uma potência de produtores, provadores, baristas, especialistas em qualidade, blendagem e torra de café, ou seja, todas as áreas da cadeia produtiva, gerando assim mais empregos e indústrias de projeção internacional.
Aqui fica a minha opinião sobre a atual política do Brasil, e espero que no curto prazo esta limitação seja resolvida pelo governo, o que elevará nosso status de um mero produtor de commodities, para um centro de excelência.

Um comentário:

  1. gostei muito do seu blog me foi muito útil porque estou fazendo um trabalho da faculdade onde tenho que montar um projeto de uma empresa cujo ramo que escolhi é justamente este cafeteria....parabéns e obrigada.

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